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Calote eleva procura por seguro de crédito
O crescimento do índice de inadimplência de empresas aumentou a procura por seguro de crédito, segundo o diretor da seguradora Coface no Brasil, Daniel Nobre. A empresa francesa detém 47% do mercado no País.
Esse tipo de seguradora cobre o calote de uma empresa ao seu fornecedor, principalmente em negócios fechados a longo prazo.
As indenizações chegaram a R$ 68 milhões de janeiro a julho de 2013, um aumento de mais de 195%, quando comparado ao mesmo período do ano passado, que ficou em R$ 23 milhões.
Segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), de janeiro a julho de 2012, os prêmios contratados para esse tipo de serviço somavam R$ 86.2 milhões em todo o Brasil. Já em 2013, subiram para R$ 89.2 milhões, um aumento de 3%.
O crescimento no volume de prêmios indica maior procura por esse tipo de serviço. De acordo com o executivo da Coface, a incerteza da atual conjuntura econômica leva as empresas a buscarem o seguro de crédito.
“Baixo crescimento da economia e alta inflação afetam a capacidade da empresa de honrar pagamentos. Com menor crescimento, menor geração de caixa e menor capacidade financeira para honrar compromissos, a inadimplência das empresas aumenta. Esse é um incentivo para contar com a seguridade”, afirma Nobre.
Além do pagamento de indenizações em caso de fraude, os seguros de crédito geralmente são vendidos em conjunto com serviços de consultoria de prevenção de risco, podendo ser contratados por pequenas, médias e grandes empresas.
Quando comparado ao mercado europeu, esse tipo de seguro está apenas engatinhando no Brasil. “O europeu é mais avesso ao risco do que o resto do mundo”, afirma Nobre. A tendência, no entanto, é de crescimento. Desde 2009, o setor cresce dois dígitos por ano.
Inadimplência
A inadimplência de empresas com dívidas não-bancárias, referentes a cartão de crédito e fornecedores, cresceu 11% no primeiro semestre deste ano, em relação a 2012, segundo levantamento feito pela empresa de análise de crédito Serasa Experian.
De acordo com o economista da Serasa, Carlos Henrique de Almeida, o cenário atual não é muito favorável às finanças das empresas. “Os juros altos, por conta da política monetária para combater a inflação, também prejudicam os negócios porque tornam o capital de giro muito caro”, diz. “Além disso, o crédito está mais seletivo, ou seja, as instituições financeiras estão mais criteriosas na hora de ceder crédito”.
Em relação a todas as dívidas – bancárias, não-bancárias, cheques e protestos – o crescimento foi de 1,3% no mesmo período. “É um crescimento bem menor, quando comparado aos primeiros seis meses de 2011, que foi de 13,1%. Mesmo sendo um crescimento pequeno, ele ocorre por uma base elevada”, diz Almeida.
A tendência, segundo o economista, é que a inadimplência das empresas tenha queda gradual nos próximos meses. “Em setembro começam as encomendas do comércio e da indústria para o Dia das Crianças e para o Natal. Mesmo que não tenha um grande volume de vendas, sempre é melhor do que outras datas”.
uol.com.br | Paula Janay Alves | 21.09.2013