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Seguradora Cesce quer dobrar receita na América Latina

No Brasil, que responde à metade dos € 120 milhões em prêmios da região, a companhia vai ampliar presença geográfica

A recuperação da crise de 2008 tem sido lenta nos países desenvolvidos e, neste contexto, as multinacionais estão em busca de outros locais para alavancar seus negócios. No caso do espanhol Grupo Cesce que tem como acionistas o Santander, o grupo de serviços financeiros BBVA e a Munich Re, a América Latina é o foco desta compensação de negócios, em especial o Brasil, onde a companhia oferece seguro garantia e seguro de crédito interno e de crédito para importação.

“No momento o grupo possui cerca de 120 milhões em prêmios em toda a América Latina e o Brasil responde por metade deste valor”, diz o presidente da CesceBrasil, Enrique Asenjo. A outra metade está dividida entre países como Argentina, Chile e México. O objetivo é duplicar o volume de negócios da América Latina em três anos. No mundo, a empresa atua em 11 países e tem receita superior a 420 milhões. Mantido o desempenho em mercados maduros, a região latino americana passaria de uma participação da ordem de 25% para 50% da receita global.

A estratégia que será usada no Brasil é a de ampliar a presença em todos os estados, uma vez que a seguradora tem escritórios hoje em oito (Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo). O foco está no Nordeste e, por isso, neste ano será inaugurado um escritório em Fortaleza.

Segundo o executivo, é justamente a dimensão geográfica do país o maior desafio da seguradora, e por isso está recorrendo também à internet. Ao final de junho, lançou um canal web para corretores e tomadores de seguro garantia, o CesceBrasil On-line. “O objetivo é proporcionar agilidade no acesso à informação, dinamizando a gestão da apólice”, diz Asenjo. Por meio do portal, é possível checar informações sobre a emissão de apólices e limites utilizados.

A CesceBrasil iniciou suas operações em 1996 no ramo de seguro garantia. Desde 2003, também atua em seguros de crédito. “No país, pretendemos crescer um total de 30% nas modalidades nos próximos anos. Acreditamos que o segundo semestre será muito positivo, pois o mercado estará mais aquecido”, diz.

Apólice de crédito Em relação ao seguro de crédito, Asenjo conta que o mercado passou por um período de ajustes no Brasil, assim como ocorreu no resto do mundo, entre 2008 e 2009, o que foi sentido pela empresa. “No entanto, estamos convencidos que haverá um retorno gradual do apetite das companhias, especialmente para os próximos anos, acompanhando o crescimento econômico do país.” A modalidade é importante para pequenas e médias empresas porque permite que elas expandam o mercado de atuação.

O produto previne e monitora os riscos comerciais e indeniza a companhia em caso de inadimplência nas vendas a prazo. “O seguro de crédito tem se mostrado um instrumento de importância como elemento de proteção frente à falta de pagamento em época de crise”, diz Asenjo, para quem a apólice é também uma ferramenta de abertura de mercados e de monitoramento dos ativos circulantes em fases de expansão.

A Cesce Brasil também aposta no seguro garantia, devido ao boom da atividade de infraestrutura, com as construções para a Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016 no país.[2]

Em 2010, o produto representou R$ 700 milhões em prêmios de negócios, de acordo com a Superintendência de Seguros Privados (Susep) e corresponde a 70% do faturamento da Cesce Brasil.

Fonte: Valor Econômico
Notícia publicada originalmente em 24.01.2011